28 julho 2004

O rei e suas metades

Mais uma adaptada do meu diário, 18/10/2002

O Veríssimo uma vez contou uma estória sobre um rei que foi cortado ao meio para se livrar da metade de baixo, os "baixos instintos". Enquanto a metade de cima, nobre e elegante, governava o reino, adquiria cultura e pensava, a metade de baixo corria pelo palácio, descontrolada, vivendo pelos seus prazeres.
No final das contas, no leito de morte, o rei se deu conta de que toda a sua (numerosa) posteridade era, na verdade, filha dos baixos instintos e assim morreu, desconsolado.
 Triste, não? Já que o naturalismo nunca foi meu estilo preferido,  prefiro pensar assim:
Estamos nesse mundo pra aprender a controlar nossos corpos, controlar as paixões e instintos. Através do que o rei considerava nobre e belo, o intelecto, aprender a utilizar o corpo da maneira que mais vai explorar seu potencial em curto, médio, longo e longuíssimo prazo (para isso precisamos de um modelo, um exemplo, arquétipo, que seja. Mas isso fica pra uma próxima). Precisamos perceber que o que o rei considerava "baixo", se usado da forma correta, se torna a maior vantagem que temos por aqui. É mais ou menos como o dinheiro. Dê na mão de quem não sabe usar e ele acaba em pouco tempo e sem trazer benefícios reais. Aprender não é fácil, requer paciência e cuidado, mas vale a pena.

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