Já disse alguém importante, que obviamente eu só vou lembrar o nome depois de ter publicado esse post, provavelmente no meio de um banho, que só há duas maneiras interessantes de se usar clichês: melhorá-los ou ridicuarizá-los. Como Fazer Um Filme De Amor se baseia inteiro nessa segunda opção. Pega todos os ingredientes de um filme bobo e água-com-açúcar, mistura bem e joga na tela, com a narração do Paulo José, pra dar liga. Os atores são bons, as caricaturas são engraçadas, o narrador é ótimo, mesmo assim, ficou faltando sal. Sem contar alguns momentos inspirados, como letreiros dizendo "plágio de O Iluminado" quando o bandido quebra a porta e mostra a cara de louco, as sacadas inusitadas não superam a obviedade dos clichês (pleonasmo?), que são quase sempre mostrados de forma bem didática. Provoca um sorrisinho de canto de boca, no máximo. Fica devendo bastante em ironia (ironicamente, mesmo porque ela deveria ser o motor do filme) pra aquele quadro interessantíssimo do Fantástico, Fazendo História (ou alguma coisa assim), com a própria Denise Fraga, onde as histórias coletivas, recheadas de clichês, são ridicularizadas pelos próprios personagens. Uma pena desperdiçar ingredientes tão bons quanto Marisa Orth e André Abujamra.
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