24 setembro 2004

Versão brasileira


Acredite ou não, esse é o Mel Gibson. Na Globo, pelomenos. Todas as falas do William Wallace são, na verdade, desse tiozinho aí (que sim, parece o Saddam. Ou aquele ator mexicano). Tudo bem, o cara trabalha legal dentro das limitações da dublagem, mas peraí, como eu vou dizer se gostei ou não da atuação do Mel Gibson se eu ouvi o bigodudo ao invés dele? O mais engraçado é a baixa rotatividade dos dubladores. Se eu fosse cego e estivesse assistindo a um filme na Globo e mudasse pro SBT acidentalmente (não vi o controle remoto ao sentar), corro o risco de achar estranho que a esposa traída e humilhada pelo marido policial de repente tenha dito "Os orcs estão se aproximando! Corram!".
Que tal deixar o áudio original e "dublar" os filmes visualmente? Afinal, ficaria mais brasileiro, geraria mais emprego no país, etc... Podemos até deixar o figura aí escalado pro papel do Mad Max 4. Chamamos a Regina Casé pro papel da Angelina Jolie e o Jô Soares pro Eddie Murphy (afinal, ninguém melhor que um comediante pelo outro, não?).
Ouvi dizer que, lá pelos anos 70, foi firmado um acordo entre algumas emissoras pra exibição de filmes dublados, uma questão de inclusão social, afinal, até os analfabetos tem direito a um bom filme. Mesmo que seja pela voz do bigodudo.

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